Conheça os Yamas O Primeiro Passo no caminho do yoga

Evento: Os Yamas, o primeiro passo no caminho do Yoga

Convidamos você a participar do nosso próximo encontro sobre a Filosofia do Yoga de Patanjali no dia 14 de março, às 19h00 n’Akasa dos Saberes.

Conhecer e aplicar os cinco Yamas dos Yoga Sutras de Patanjali é fundamental para um praticante de Yoga, porque eles nos mostram caminhos para uma vida mais equilibrada e harmoniosa, tanto internamente quanto nas relações com o mundo. Os Yamas reduzem os obstáculos mentais e emocionais e ajudam a cultivar uma mente mais calma e focada.

Cada Yama incentiva a auto-observação e a reflexão sobre ações e intenções, nos ajudando a entender as nossas motivações, padrões de comportamento e por fim, a agir de forma mais consciente.

Neste encontro, vamos explorar mais profundamente cada um dos cinco Yamas:

1. Ahimsa: A não-violência

Ahimsa é a prática da não-violência em pensamentos, palavras e ações. Mais do que a ausência de agressão física, ela inclui evitar qualquer atitude ou pensamento que cause dor a nós mesmos ou aos outros. A raiz de Ahimsa está na compaixão, na compreensão de que todos os seres estão interligados. Quando praticamos Ahimsa, cultivamos uma mente tranquila e um coração aberto.

A violência pode surgir de formas sutis, como autocrítica, julgamentos, fofocas ou até mesmo a indiferença. No contexto filosófico, Ahimsa também se relaciona com a não-violência contra a verdade do nosso ser. Negar nossos sentimentos, reprimir emoções ou viver de forma contrária à nossa essência também é uma forma de violência.

Como aplicar Ahimsa no dia a dia

Consigo mesmo: Pratique a auto aceitação; substitua pensamentos críticos por afirmações positivas; aprenda a descansar sem culpa.

Com os outros: Desenvolva a escuta empática; ao discordar, faça isso com respeito, evitando a reatividade.

Na prática de Yoga: Respeite os limites do corpo, evitando competir consigo ou com os outros. Use a respiração para manter a calma em posturas que sejam mais desafiadoras para você.

2. Satya: A verdade

Satya é o compromisso com a verdade, mas sempre em alinhamento com Ahimsa. A verdade deve ser dita com gentileza, sem causar sofrimento desnecessário. Satya nos desafia a viver de acordo com a nossa essência, sem máscaras ou falsas aparências. Isso exige clareza interna e coragem para sermos autênticos.

A prática de Satya envolve reconhecer nossas sombras e luzes. Muitas vezes, mentimos para agradar, evitar conflitos ou por medo da rejeição. Satya nos convida a refletir sobre a intenção por trás de cada palavra e a ter discernimento para saber quando falar e quando o silêncio é mais sábio.

Como aplicar Satya no dia a dia

Consigo mesmo: Questione suas motivações; medite sobre o que realmente deseja, sem se enganar.

Com os outros: Pratique a comunicação não-violenta; expresse suas necessidades sem acusar.

Na prática de Yoga: Seja sincero sobre suas limitações; não finja posturas ou force além do necessário.

Alinhar Satya (verdade) com Ahimsa (não-violência) significa praticar a verdade de uma forma que não cause dano desnecessário a si mesmo ou aos outros. Em outras palavras, a verdade deve ser expressa com compaixão, discernimento e respeito.

Patanjali alerta para a importância desse alinhamento porque a verdade, quando dita sem sensibilidade, pode se tornar uma forma de violência. Por exemplo, uma crítica direta, embora verdadeira, pode ferir profundamente alguém se não for apresentada com cuidado. Da mesma forma, ser brutalmente honesto consigo mesmo sem compaixão pode gerar culpa, vergonha ou auto aversão.

Como alinhar Satya com Ahimsa na prática

  1. Considere a intenção: Antes de falar, reflita se a sua intenção é ajudar ou apenas desabafar suas frustrações. Pergunte-se: “Isso vai beneficiar a pessoa ou a situação?”
  2. Escolha as palavras: Mesmo verdades difíceis podem ser ditas de forma gentil. Substitua palavras acusatórias por expressões mais suaves e empáticas.
  3. Escolha o momento: Às vezes, a verdade dita no momento errado pode causar mais dano do que benefício. Espere o momento adequado para conversar.
  4. Seja verdadeiro sem ser brutal: A honestidade não precisa ser dura. Por exemplo, em vez de dizer “Você sempre estraga tudo”, você poderia dizer: “Eu percebi que tivemos dificuldades nessa área. Podemos conversar sobre como melhorar isso?”
  5. Auto verdade com compaixão: Quando praticar Satya consigo mesmo, reconheça suas falhas sem julgamentos severos. Substitua “Eu sou incapaz” por “Estou aprendendo e posso melhorar”.

Essa integração entre Satya e Ahimsa cria um equilíbrio onde a verdade constrói em vez de destruir, promovendo relações mais saudáveis e um caminho espiritual mais harmonioso.

3. Asteya: O não-roubar

Asteya significa “não roubar”. No entanto, seu significado vai além da proibição de tomar o que não nos pertence.

Asteya envolve viver com honestidade, evitando qualquer forma de apropriação indevida, seja de objetos, ideias, tempo ou energia dos outros. Praticar asteya é cultivar um estado de contentamento (santosha), reconhecendo que tudo o que precisamos já está disponível para nós, evitando a cobiça e a inveja.

Essa prática nos convida a refletir sobre como usamos recursos, como lidamos com as ideias e contribuições alheias, e até mesmo como ocupamos o tempo dos outros. No nível mais sutil, asteya nos chama a abandonar pensamentos de escassez e a desenvolver uma mentalidade de abundância e generosidade.

O ato de “roubar” pode ser sutil, como monopolizar conversas, interromper os outros ou apropriar-se de ideias sem dar crédito. Na vida moderna, roubar tempo de qualidade com distrações excessivas ou roubar a paz com preocupações desnecessárias também são formas de violar Asteya. Essa prática nos convida a cultivar a gratidão pelo que temos, eliminando o desejo constante de possuir mais, seja material ou emocionalmente.

Como aplicar Asteya no dia a dia

Consigo mesmo: Evite comparações que alimentam a inveja. Valorize suas habilidades únicas e celebre suas conquistas sem cobiçar as dos outros.

Com os outros: Respeite o tempo, as ideias e o espaço alheio. Agradeça e reconheça o esforço dos outros de forma genuína.

Na prática de Yoga: Mantenha o foco no seu tapete, sem se comparar com os demais praticantes. Aprofunde-se nas posturas de forma progressiva, respeitando seu próprio ritmo.

4. Brahmacharya: A moderação

Brahmacharya é frequentemente traduzido como celibato, mas seu sentido mais amplo é a moderação e o uso consciente da energia vital. É canalizar nossas energias para o que realmente importa, evitando excessos que dispersam ou esgotam essa força. Essa prática promove equilíbrio, clareza mental e foco.

A energia vital (prana) se dispersa facilmente em excessos — sejam alimentares, emocionais, sexuais ou mesmo mentais. Brahmacharya sugere o caminho do meio, evitando tanto a repressão quanto a indulgência. Isso inclui praticar hábitos saudáveis, manter relacionamentos respeitosos e ter um estilo de vida equilibrado.

Como aplicar Brahmacharya no dia a dia

Consigo mesmo: Estabeleça limites para o uso de tecnologia; pratique a disciplina em horários de sono, alimentação e meditação.

Com os outros: Construa relações baseadas em respeito mútuo e evite dependências emocionais; aprenda a dizer “não” sem culpa.

Na prática de Yoga: Harmonize esforço e relaxamento nas posturas; se a respiração para manter o foco e evitar exageros.

5. Aparigraha: A não-possessividade

Aparigraha é o desapego e a prática de não acumular bens, ideias ou emoções de forma desnecessária. Esse princípio nos convida a confiar no fluxo natural da vida, permitindo que coisas, pessoas e situações venham e vão sem gerar sofrimento. A raiz da possessividade está no medo — medo da perda, da escassez ou do futuro.

O apego pode se manifestar de várias formas: na acumulação material, no controle sobre os outros ou na insistência em manter ideias fixas. Aparigraha ensina a apreciar o momento presente sem agarrar-se ao passado ou antecipar o futuro. A prática de doar e simplificar a vida é uma forma poderosa de cultivar esse Yama.

Como aplicar Aparigraha no dia a dia

Consigo mesmo: Desapegue-se de rótulos, culpas passadas e expectativas futuras; pratique a gratidão diariamente.

Com os outros: Evite tentar controlar pessoas ou situações; respeite os ciclos naturais dos relacionamentos.

Na prática de Yoga: Liberte-se da obsessão por posturas perfeitas; concentre-se na jornada e nas sensações de cada asana.

Praticar os Yamas é integrar ética, autoconsciência e compaixão em todos os aspectos da vida. Cada um deles funciona como um espelho, refletindo partes de nós que precisam de atenção e cura. Essa prática nos leva a um estado de harmonia, onde o ser interior se alinha com nossas ações externas.

Que esses princípios sejam um guia no caminho do Yoga e da vida, promovendo equilíbrio, clareza, equanimidade e principalmente paz no meio do caos.

Venha participar com a gente! Evento gratuito, aberto para alunos e não alunos d’Akasa dos Saberes.

Data: 14 de março

Hora: 19:00

Local: Akasa dos Saberes – Escola Tradicional de Yoga

Levar algum petisco para compartilhamento no final de encontro.

Garanta já a sua vaga clicando aqui ou pelo WhatsApp (19) 99613.1356

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